Geralmente, quando se fala de sonho, dizemos que ou "ele" se realizou ou se frustrou. Desculpe-me por sair do padrão, o meu se transformou.
A minha família era muito humilde, estavamos em risco social, como tantas outras famílias, que naquela época, passavam por necessidades. Nós somos seis filhos, estavamos todos pequenos, uma "escadinha", morando com nossos pais em uma vila de kitnetes de madeira, e banheiro coletivo, em um bairros às margens do Rio Negro, na cidade de Manaus.
Nós, tivemos o privilégio de sermos amparados economicamente, por padres italianos, os Oblati di Maria Vergine, os quais, nos sederam uma casa com um jardim enorme em troca de cuidarmos da casa deles, nos longos períodos de ausência, quando faziam as viajens para o exterior e também para as cidades das zonas rurais do Estado do Amazonas, onde ele estavam iniciando seus trabalhos de evangelização, em meados dos anos 70.
O Brasil atravessava uma severa crise econômica, e nós não escapamos do trabalho infantil, era preciso. Porém, nunca deixamos de estudar. Veio o período da Faculdade, e tudo melhorou. A Universidade "abriu muitas portas", deixando para trás um passado de privações e dificuldades. Foi o que os estudos nos proporcionou: uma vida melhor, mais leve, mais segura, mais humana.
Hoje, na minha maturidade, vejo quantos riscos estávamos submetidos, naquelas condições de vida, mas todos nós vencemos, como muitos amazoneses humildes, certamente, que agarraram as chances oferecidas.
Hoje, na minha maturidade, vejo quantos riscos estávamos submetidos, naquelas condições de vida, mas todos nós vencemos, como muitos amazoneses humildes, certamente, que agarraram as chances oferecidas.
Quando fiz mestrado na UFPR, com a permissão de Deus, adquiri definitivamente a liberdade de escolher novos caminhos, de mudar minha própria história, de viajar mais longe do que eu poderia imaginar.
(continua ... Parte II)
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