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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Estudar na Alemanha - conclusão


Depois que terminei o Mestrado, retornei para Manaus, pois havia uma vaga para professor substituto na Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Amazonas, nas disciplinas de Inventário Florestal e Dendrometria. Trabalhei por um ano e meio na UFAM. 

Photo by Galiceanu A. 2004
Fiz a inscrição para o International Summer School 2004 da Albert-Ludwigs-Universität Freiburg e fui selecionada. Conheci pessoas da Indonésia, Índia, Sri Lanka, Tailandia, Malásia, Romênia, Chile e muito mais, tenho contato com alguns deles até hoje. Eu já estava há um ano com Síndrome do Pânico, fazendo acupuntura, tomando "Florais de Bach" e serotonina e GABA (Gama Amino Butiryc Acid), todos com efeito paliativos, ou mesmo placebo, mas que me davam a mínima sensação de "cura" e autonomia. 

Era a minha segunda visita à Alemanha, para um segundo curso, onde tive oportunidades de consolidar contatos com professores da Pós-graduação, e encontrar um orientador interessado na minha pesquisa: dendrocronologia tropical.

No ano seguinte voltei para Alemanha, com minha irmã, que também é Engenheira Florestal. Logo nos primeiros dias, quando fomos para o MENSA, o restaurante universitário, fomos apresentadas para um espanhol e um italiano. Dias depois o italiano apresentou seu amigo romeno, os dois eram estudantes de doutorado em Física.
Minha irmã casou como o italiano e eu como o romeno, simples assim!!!
 
Voltamos para o Brasil, eu e minha irmã, pois eu não estava dando conta da Síndrome do Pânico. Parecia o fim de um sonho, tão desejado, planejado, à custa de muita luta e dificuldades.

O fato é que eu não conclui o doutorado, mas o sonho de doutorado transformou-se em um casamento e um lindo filho, nossa benção maior, concedida por Deus. Brincando, eu sempre digo que o diploma do meu doutorado é nosso filho.

Hoje, e somente hoje, eu vejo que eu não precisava de um doutorado, mas uma família, uma oportunidade de ser mãe, para viver e escrever nossa linda história.

Obrigada por ler!

domingo, 9 de agosto de 2015

A carta para a creche do Brasil - Parte I

Acredito que para continuar com este projeto (escrever neste Blog) eu preciso lhes dizer algo muito importante, para que nas próximas postagens eu possa contar as minhas histórias incluindo as verdadeiras emoções. Eu escrevi no final do ano passado uma carta para a creche onde meu filho estudou. 

Nós estávamos nos despedindo, pois estávamos de mudança para a Alemanha. E sabia que nesta próxima etapa da nossas vidas, teríamos melhor qualidade de vida, por causa dos esforços de uma instituição que inclui o bem estar de suas crianças, mesmo que o problema esteja na base familiar. Então, lá vai, mas é longa, um jornal:

Minha gratidão à Creche Escola Bebê Bombom!
“... porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate.” (Matheus 7,8)
Eu não tinha mais argumentos para adiar o ingresso do meu filho em uma creche, pois ele já estava com três anos completos. Escolhemos a Bebê Bombom inicialmente pela tradição e fama, por sua estrutura física, que para mim é satisfatória do ponto de vista de segurança e controle, mas também a escolhemos por ser próxima de nossa casa.

Somente o meu esposo trabalha, e eu logicamente, fiquei com a responsabilidade de levar e buscar nosso filho na creche. Seria muito simples se eu não tivesse Síndrome do Pânico.

As aulas começaram no final de janeiro do ano passado (2014), e meu tormento também.

Eu estava há 10 anos com Sindrome do Pânico, sendo que, há oito anos não trabalho na minha profissão. Ainda tentei trabalhar com a sindrome, mas sem sucesso. Desde então abandonei a carreira, o doutorado no exterior, abandonei meus sonhos. 

Na primeira entrevista com a psicóloga, eu falei sobre o meu problema, no intuito descobrir se meu filho seria prejudicado por minhas limitações ou não. A resposta foi imediata, não para mim, mas voltada para meu esposo, como um apelo, disse que eu precisava de ajuda urgente, que ele deveria me levar à um psicólogo.

Ela discorreu sobre todos os possíveis problemas que seriam gerados, caso eu seguisse doente, sem tratamento, durante o desenvolvimento social, emocional e educacional do meu filho, deixou bem claro que se eu não tentasse ficar curada, eu estaria pondo em risco a qualidade de vida do meu filho, uma vez que eu não a tinha mais.

Google Image
 Quando casei eu estava com a Síndrome do Pânico, e não tinha mais esperanças de me curar, me acomodei com a privação de liberdade e de conquistas, nem mesmo minha família acreditava que eu ficaria curada, depois de tantos anos e tantas tentativas com diferentes terapeutas e terapias.

A psicóloga suscitou em mim algo que eu já não sentia à muito tempo: esperança. Ela me fez acreditar que eu merecia uma vida melhor, que eu poderia oferecer muito mais ao meu filho, inclusive retomar a minha vida profissional.

Foi com o coração tomado de esperança que iniciei minha busca e encontrei na internet informações de um psiquiatra de São Paulo (Dr.Luiz Delfino Mendes), autor do livro sobre o assunto e defensor de que é possível a cura sem o uso de psicotrópicos.

continua ...