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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O coque de cabelos das meninas alemãs (e de outras nacionalidades)

revista.vogue.globo.com

Eu mantenho meus cabelos longos porque eu gosto assim. Recebi muitas sugestões ao longo dos anos para cortá-los, e até cortei uma vez "joãozinho", mas eu não me identifiquei, além de me sentir menos bonita.

Enfim, devido ao calor demasiado que faz em Manaus, eu sempre fiz coque quando saia na rua, tipo esse da fotografia (a), que é prático e até charmoso. E para ir tomar banho o coque que eu faço, habitualmente é o do tipo altão, como na fotografia (b)

Quando meu filho nasceu, eu comecei a fazer mais vezes o coque (b), não só para tomar banho, mas para cuidar dele ou para fazer uma limpeza pesada na casa. A diferença dos dois coque, para mim, era que um é "social" e o outro "anti-social" (risos). Até eu chegar em 2015 na Alemanha. 
Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo, e parecia uma cena de filme de comédia, e a piada residia no meu espanto! Só pode ser moda, pois o que eu mais encontrava na rua era mulheres jovens como esse coque altão, o "anti-social". E não é arrumadinho, penteadinho não, é assim como eu faço: sem pentear, viro a cabeça, jogo o cabelo todo para baixo e com as mãos faço o bendito coque.

Bem assim, todo desarrumado, um horror!!! pelo menos na minha opinião. Eu nunca quis ficar na frente do meu maridão com este coque, justamente para ele não me ver em tamanha feiura, mas às vezes ele me pegava, acidentalmente assim, e eu soltava o coque na frente dele (mais risos). Sabe que ele me dizia que eu fico linda e não entende o porque de tanta vergonha ou insegurança, e mesmo assim eu não "conseguia" acreditar.

revista.vogue.globo.com
Agora eu estou reconsiderando a minha opinião, afinal vejo diariamente um desfile de coques sobre as cabeças. Nestas horas eu queria ter um destes smartphones que fazem fotografias com boa resolução e não fazem barulho ou disparam flash. Queria mostrar para vocês as "pérolas" que já vi. 

A que mais "doeu" foi uma que se parecia muito com o coque da fotografia (c), a menina pegou só a metade do cabelo e fez essa obra de arte. A menina era uma linda, loura, olhos azuis, magrinha, estilosa, e com esse coque de parar o transito do Brasil, porque aqui ninguém, absolutamente ninguém se importa, além de mim (ah gente, vamos rir?).


gazetadopovo.com.br
Eu li em alguns site sobre cabelos e tendencias, e falam que esse é um penteado urbano de Londres e NY, super descolado, charmoso, estiloso e outros adjetivos positivos. Além de prático nesta ventania diária do outono, bem como, para o cabelo não "brigar" com o cachecol,
E para finalizar ...  eu já vi até rapazes com estes penteado!!!
No dia que eu ter coragem de finalmente sair na rua com um coque desses eu posto no meu Facebook, oder?


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Estudar na Alemanha - um sonho que se transformou -Parte II




Eu estudei Alemão I, na Faculdade de Letras, como disciplina optativa para completar minha carga horária e número de créditos. Depois que fiz todos os créditos permitidos no idioma alemão, fui estudar aos sabados no Projeto CEL - Centro de Estudos de Linguas, um programa de idiomas da UFAM, que havia iniciado naquele ano, para oferecer curso de idiomas com baixo custo, para ser acessível para todos, principalmente as comunidades ao redor do Campus.

Era barato mesmo, mas para mim, ainda saía caro. Eram quatro horas de aulas por sabado, terminava sempre depois do meio dia, os professores eram aplicados, mesmo sendo um curso praticamente filantrópico. Eu levava sempre na bolsa um pão com manteirga e só. A lanchonete oferecia para os clientes o cafezinho de graça, e eu pegava uns três copinhos para completar meu lanche. A "grana" era curta, ainda tinha que comprar as passagens de ônibus, e aos sabados não o restaurante universitário não funcionava. Eu sentia fome, sabe, babava vendo aquela moçada comendo sanduiches e tomando refrigerantes.

Um dia eu estava chegando para assistir uma aula, no Bloco U, nas antigas instalações da Faculdade de Ciências Agrárias, da UFAM - Universidade Federal do Amazonas, quando vi um folder no mural, escrito em inglês, com uma fotografia de uma igreja em estilo gótico, a Münster de Freiburg. Eu acreditei que era um sinal. O folder era uma chamada, com formulário, para a candidatura ao mestrado "International M.Sc. in Forest Ecology and Management" da Universität Freiburg.

Levei para casa uma cópia do formulário para ler os detalhes. Eu logo vi, pelos requisitos, que eu não chegaria lá, pois havia a exigência do TOEFL, e naquele tempo o que eu sabia de inglês era tudo do curso de Inglês Instrumental, que eu havia feito no semestre anterior.

Eu guardei o formulário como recordação, tenho até hoje, no meu apartamento em Manaus.

Eu me formei na Faculdade de Engenharia Florestal em 2000, no ano seguinte fui para Curitiba, para o Mestrado em Engenharia Florestal da UFPR. A minha linha de pesquisa foi o Manejo Florestal, justamente a área de pesquisa e colaboração da UFPR com a Universität Freiburg, parecia outro sinal.

Houve uma seleção de estudantes para ir para um curso de manejo florestal na Alemanha, em Freiburg, e eu lógico me cadidatei, mesmo sem muitas esperanças. Havia uma entrevista para os candidatos e seria em alemão ou inglês, assim corria os boatos, e eu, "deficiente" de um e de outro, senti medo, mas era o mais próximo que eu havia chegado da Alemanha, quis tentar, afinal eu só correria o risco de receber um não, ou um simmmmm, com uma carimbada para Europa. 


Rolou gente!!! rolou demais. Como eu fui uma das últimas candidatas, a professoras responsável pelas entrevistas não me entrevistou, disse que não tinha tempo, apenas, em uma conversa informal me perguntou se eu tinha roupas e sapatos para neve, pois teriam aulas de campo na Floresta Negra. 

Eu tinha uma jaqueta super mega power de U.S.A., que eu comprei em uma loja de segunda mão em Manaus, quando eu ainda estava no primeiro ano de faculdade, pois eu já tinha sonhos. Os sapatos eu não tinha, mas os comprei em uma loja tipo Made in China, todo de material sintético e aparentemente frágil, mas que aguentou toda a neve que eu enfrentei, sem molhar os meus dedinhos.

Ainda não consigo aqui, concluir essa parte da minha história, portanto, continua ...

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Quando chega a Primavera

Aqui na Europa a Primavera ("Primavera boreal", diferente do Hemisfério Sul) inicia após o inverno, aproximadamente no dia 20 de março e termina em 21 de junho, para começar o verão.

Neste ano, a primavera começou em meio ao frio, com "cara" de inverno. No dia 02 de abril até nevou! Nós adoramos porque chegamos aqui no final de fevereiro e não tinha neve alguma, ai pensamos que só no próximo inverno. Meu filho repetiu tanto que queria brincar com neve, que ela veio, por algumas horas, mas veio.

O domingo de Páscoa foi no dia 05 de abril deste ano, e muitos alemães que conheço adorariam que nevasse. A Páscoa aqui é celebrada com tanto respeito e afetividade quanto o Natal. Tem até uma árvore, que eles decoram no jardim ou dentro do apartamento, cheia de ovos e brinquedinhos para as crianças, é comum até troca de presentes (vou escrever sobre isso oportunamente, tá?)

Os dias se passaram e a lembrança do inverno foi sendo afastada com o surgimento das primeiras folhinhas verdes. Todo aquele cenário meio triste ia mudando dinamicamente, a cada amanhecer. Parece-te poético? As mudanças das estações são extremamente poética e nos convida à refletir sobre os processos da vida em seu cíclo de nascimento, crescimento, morte.

Nos faz pensar nas perdas que sofremos, nos ganhos e conquistas, nas longas esperas, na certeza de que sempre o sol surgirá na primavera e verão, e que teremos que enfrentar mais um inverno, e outro, mas sempre na esperaça dos dias de sol, os quais são destinados às férias e diversão. E por favor, não esqueçamos que no período de inverno tem seu encantamento, sua diversão, sua vantagem, suas festas.

No Amazonas, minha terra natal, não há as estações definidas desta forma, impossibilitando à todos de vivenciar esta prática de "luto" anual, perdas, esperas, ganhos, perdas novamente, no cíclo natural.

continua ...