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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O coque de cabelos das meninas alemãs (e de outras nacionalidades)

revista.vogue.globo.com

Eu mantenho meus cabelos longos porque eu gosto assim. Recebi muitas sugestões ao longo dos anos para cortá-los, e até cortei uma vez "joãozinho", mas eu não me identifiquei, além de me sentir menos bonita.

Enfim, devido ao calor demasiado que faz em Manaus, eu sempre fiz coque quando saia na rua, tipo esse da fotografia (a), que é prático e até charmoso. E para ir tomar banho o coque que eu faço, habitualmente é o do tipo altão, como na fotografia (b)

Quando meu filho nasceu, eu comecei a fazer mais vezes o coque (b), não só para tomar banho, mas para cuidar dele ou para fazer uma limpeza pesada na casa. A diferença dos dois coque, para mim, era que um é "social" e o outro "anti-social" (risos). Até eu chegar em 2015 na Alemanha. 
Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo, e parecia uma cena de filme de comédia, e a piada residia no meu espanto! Só pode ser moda, pois o que eu mais encontrava na rua era mulheres jovens como esse coque altão, o "anti-social". E não é arrumadinho, penteadinho não, é assim como eu faço: sem pentear, viro a cabeça, jogo o cabelo todo para baixo e com as mãos faço o bendito coque.

Bem assim, todo desarrumado, um horror!!! pelo menos na minha opinião. Eu nunca quis ficar na frente do meu maridão com este coque, justamente para ele não me ver em tamanha feiura, mas às vezes ele me pegava, acidentalmente assim, e eu soltava o coque na frente dele (mais risos). Sabe que ele me dizia que eu fico linda e não entende o porque de tanta vergonha ou insegurança, e mesmo assim eu não "conseguia" acreditar.

revista.vogue.globo.com
Agora eu estou reconsiderando a minha opinião, afinal vejo diariamente um desfile de coques sobre as cabeças. Nestas horas eu queria ter um destes smartphones que fazem fotografias com boa resolução e não fazem barulho ou disparam flash. Queria mostrar para vocês as "pérolas" que já vi. 

A que mais "doeu" foi uma que se parecia muito com o coque da fotografia (c), a menina pegou só a metade do cabelo e fez essa obra de arte. A menina era uma linda, loura, olhos azuis, magrinha, estilosa, e com esse coque de parar o transito do Brasil, porque aqui ninguém, absolutamente ninguém se importa, além de mim (ah gente, vamos rir?).


gazetadopovo.com.br
Eu li em alguns site sobre cabelos e tendencias, e falam que esse é um penteado urbano de Londres e NY, super descolado, charmoso, estiloso e outros adjetivos positivos. Além de prático nesta ventania diária do outono, bem como, para o cabelo não "brigar" com o cachecol,
E para finalizar ...  eu já vi até rapazes com estes penteado!!!
No dia que eu ter coragem de finalmente sair na rua com um coque desses eu posto no meu Facebook, oder?


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Eu e meu chapéu

Alguém pode me explicar o que significa isso?
Eu comprei um chapéu preto de lã na Loja Primark, e logo que saí da loja comecei a usá-lo. Fui buscar meu filho no Kindergarten, como de costume.
Eu me senti como se estivesse em um comercial ou uma pegadinha, pois todos os tios, ou melhor dizendo, os vovozinhos me olhavam, e até sorriam discretamente para mim.
Ave Maria! o que estava rolando? será que estava engraçado ou ridículo? ou os dois?
Quando nós chegamos na estação, levantamos do banco do trem para descer, havia um tiozinho sorrindo largamente para mim. Eu olhei para trás, para constatar o engano, afinal eu não o conhecia, mas constatei que era para mim aquele sorriso. 
Gente, não estava normal, havia alguma coisa de errada com o meu chapéu, como assim, alemão sorrindo na rua para desconhecidos? E o habito de homem brasileiro de assediar mulheres na rua não se aplica aqui na Alemanha. 
Quando cheguei em casa fiz uma pesquisa na Internet, para saber a origem de tanto interesse dos vovozinhos no meu chapéu.
Esse modelo de chapéu que eu estou usando foi vendido a partir dos anos 20, na época em que a moda feminina passava por um processo de mudança radical, deixando para trás aqueles vestidos  e chapeus cheios de babados, tipo "Sinhazinha da Fazenda".
Eu concluí que os vovozinhos lembraram da "mãe" deles!!!
A minha figura de estrangeira, de traços indígenas, usando um chapéu que os faz lembrar da própria mãe ou da infância, causou-lhes um espanto, uma incoerência. 
Pensa que eu desisti de usar o chapéu? Pensa que os vovozinhos desistiram de mim?

domingo, 27 de setembro de 2015

O meu outono

No outono de 2005, quando eu estava estudando aqui na Alemanha, eu vi a decoração de outono por todos os lados: nos janelões transparentes de vidros, nos degrais da porta de entrada das casas, nas lojas e até nas igrejas (as católicas). Eram abóboras de vários tamanhos, verdes, laranjadas, amarelas, combinando com velas e muitas folhas, galhos de árvores, sementes e nozes, simplismente lindo!!!

A mudança do tempo de verão para outono, aqui em Dresden, foi muito sutil, suave e até delicado. Chuveu muito pouco, ainda está fazendo dias ensolarados que combatem o frio outonal, e o vento provoca ainda mais a queda das folhas. É poético ver a mudança na paisagem. Eu saio diariamente para levar meu filho no Kindergarten, e em nosso caminho tem muita arborização urbana, e por consequencia, temos a ideia real e diária da mudança do verde das folhas para os diferentes tom outonais.


Eu comprei na livraria Thalia da Prager Straße, um livro sobre o outono super lindo, com fotografias deslumbrantes, ideias de decoração e algumas receitas. O melhor de tudo é que estava na promoção (fotografei com preço e tudo).


O livro é da editora Busse Seewald, que tem inúmeros livros sobre "lifestyle", decoração e ambiente, que eu desejo ter, mas ... Fotografei a página que mais gostei deste livro, uma decorção insquecível, com o roxo das ameixas, inpirador!

O outono chegou trazendo consigo o frio, o vento e a chuva. Lembra o que eu falei aqui, na postagem O outono está chegando? quando falei do "desfile em céu aberto"? então, as alemães, imigrantes e turistas não estão me decepcionando. A moda outonal desfilada em Dresden é elegante e romântica (é claro que tem algumas discrepancias, mas estas, assim como na Estatísticas, eu obtenho desvio quadrático médio da média, haha).

Foto da moda das meninas eu não posso fazer, mas da minha decoração de outono sim.
Você pode conferir no painel que criei no Pinterest My autumm / Meu outono 2015 

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Blogs e sites de brasileiros na Alemanha

O meu blog predileto que fala sobre a Alemanha, entre outros assuntos, é o blog Entre mãe e filha, da minha amiga Nina Sena, que mora no Sul da Alemanha, na mesma cidade em que eu morei.

O outro blog que eu gosto muito é o Cinquenta mil aventuras, inclusive, já falei aqui os motivos pelos quais eu o sigo. O blog Ana na Alemanha, que me chamou a atenção inicialmente pelo nome e depois me conquistou com as narrativas e as fotografias, da Alemanha e de outros países que a autora visitou com sua filha linda.
Se você está buscando super dicas de como migrar para a Alemanha, você entrou no blog errado, eu sei pouco sobre assunto, apenas posso indicar o site do Ministério do Interior da Alemanha, o Bundeministerium des Innern - BMI,  e indicar os blogs que falam sobre o assunto e te desejar sorte para que realize seu sonho!

Photo by Galiceanu A. 2004
Eu escrevo aqui é somente emoções, impressões, deste momento de minha vida. Eventualmente posso descrever alguma situação que contenha informações de como se vive aqui na Alemanha, mas será sempre dentro de algo que eu vivenciei, entende? Eu quero somente contar histórias, as minhas.

Eu encontrei alguns blogs, escrito por brasileiros, falando sobre o cotidiano na Alemanha, dando dicas importantes para aqueles que desejam migrar, estudar ou simplimente fazer turismo. Eu listei alguns, somente aqueles que eu realmente li os artigos. Eu já "frequento" a Alemanha desde 2002 e posso garantir que essa turma de blogueiros são espetaculares, tem artigos incríveis, que só de ler você já se sente na Alemanha.

Na minha lista, estão o  Alemanizando que tem também tem um canal de mesmo no Youtube; Mineirinhanalemanha tem postagens desde janeiro de 2004; De volta a nave mãe, blog desde 2008; Joaninha bacana, tem inúmeras postagens sobre a Alemanha e outros países como Holanda, Bélgica e França e muito mais; Quero aprender alemão, o nome diz tudo; Alemanha para brasileiros, super legal com dicas de viagens, vídeos divertidos com explicações; Alemanha por que não tem roteiros prontos e personalizados à venda no próprio site; Na Alemanha tem, Brasanha, Entre duas culturas, Batatolandia, Mão de vaca na Alemanha, Berlin Schau, Deutsch Toll (Eu, Alemanha e kem sabe vc...), Alemanha muito além do muro, Brunalemanha e tem muito mais, basta pesquisar.

Conheci na semana passada, no grupo "Crianças brasileiras bilingues em Dresden", a criadora do Anedotas da Batatolandia, a paraense Tamine Marklouf, jornalista, que escreve também Cartas de Berlim, publicadas no Jornal O Globo.

No Youtube tem também inúmeros canais de pessoas que falam sobre a Alemanha, dando dicas de turismo e até de migração. Eu gostei muito muito mesmo do Viaje com a Cris e Alemanizando, assisti vários vídeos de cada um, os autores são jovens, divertidos ao passar suas mensagens, mas sem perda de qualidade de informações. Achei hoje mesmo o canal da Carla Schulz, que postou um vídeo super sincero e até difícil de ouvir, para aqueles que tem o sonho de vir morar na Europa definitivamente, mas ela só falou a mais cristalina verdade. Tem também o canal da Manuela Fontes, o Aqui na Alemanha, que abriu neste mês de setembro de 2015, portanto, novinho.

No Facebook tem os grupos fechados, que promovem fóruns, discussões, dão dicas, respondem as mais diversas perguntas dos participantes, desde questões legais de migração até tipo mais adequado de shampoo para cabelos liso como "flechas de índios", pergunta esta que fiz no Brasichland - Mulheres brasileiras na Alemanha, e recebi inúmeras explicações e dicas para salvar os meus cabelos, e todo de uma forma legal, simpática e até amigável. Achei o Cozinhando na Alemanha, e adorei, pois as participantes fazem seus pratos fotografam e postam na linha do tempo do grupo, muito em breve vou postar alguma "obra", eu me identifiquei completamente com a "filosofia" do grupo. Claro, estou no Brasileiros em Dresden. Eu postei no Rede brasileira em Colônia. o artigo "Tapioca na Alemanha para contar" que eu escrevi aqui, neste blog e eles me deram a "maior moral", leram no mesmo dia e contou mais de 100 visualizações.  O Second hand Brasil/Alemanha, é o máximo, vocês não podem imaginar o serviço que este grupo oferece aos participantes, tanto para fazer compras quanto para vender, super legal mesmo.

Enfim, tem muita informação de qualidade sendo disponibilizada por brasileiros que moram ou moraram na Alemanha, com diferentes enfoques, pontos de vistas diversos, mas todos com a mesma realidade: a migração é um sonho, para muitos, possível de realizar, mas com obstáculos e dificuldades, que dependerá de cada um, superá-los ou não.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Estudar na Alemanha - um sonho que se transformou

Geralmente, quando se fala de sonho, dizemos que ou "ele" se realizou ou se frustrou. Desculpe-me por sair do padrão, o meu se transformou.
A minha família era muito humilde, estavamos em risco social, como tantas outras famílias, que naquela época, passavam por necessidades. Nós somos seis filhos, estavamos todos pequenos, uma "escadinha", morando com nossos pais em uma vila de kitnetes de madeira, e banheiro coletivo, em um bairros às margens do Rio Negro, na cidade de Manaus. 

Nós, tivemos o privilégio de sermos amparados economicamente, por padres italianos, os Oblati di Maria Vergine, os quais, nos sederam uma casa com um jardim enorme em troca de cuidarmos da casa deles, nos longos períodos de ausência, quando faziam as viajens para o exterior e também para as cidades das zonas rurais do Estado do Amazonas, onde ele estavam iniciando seus trabalhos de evangelização, em meados dos anos 70.

O Brasil atravessava uma severa crise econômica, e nós não escapamos do trabalho infantil, era preciso. Porém, nunca deixamos de estudar. Veio o período da Faculdade, e tudo melhorou. A Universidade "abriu muitas portas", deixando para trás um passado de privações e dificuldades. Foi o que os estudos nos proporcionou: uma vida melhor, mais leve, mais segura, mais humana.

Hoje, na minha maturidade, vejo quantos riscos estávamos submetidos, naquelas condições de vida, mas todos nós vencemos, como muitos amazoneses humildes, certamente, que agarraram as chances oferecidas.

Quando fiz mestrado na UFPR, com a permissão de Deus, adquiri definitivamente a liberdade de escolher novos caminhos, de mudar minha própria história, de viajar mais longe do que eu poderia imaginar.
(continua ... Parte II)

domingo, 13 de setembro de 2015

Tapioca na Alemanha, para contar histórias

Eu sou do Estado do Amazonas, fui criada e educada em Manaus. Meus pais são descendentes de nordestinos. Os meus avós paternos eram primos de primeiro grau, originados da cidade de Baturité, Estado do Ceará. A minha vó materna, cearense também, chegou de navio com os migrantes nordertinos para trabalhar no período áureo da borracha no início do século 20 (por volta de 1908), órfão de pai e mãe, sem documentos ou tutores, muito criança, embarcou eu um viagem de aventura e desventuras. Felizbela Basílio de Almeida, era o nome dela, sobreviveu, foi morar em seringais, trabalhou duramente na floresta amazônica, tornou-se uma mulher rígida, mãe de 8 filhos, morreu em 2003, com mais de cem anos, lúcida, lembrava de toda sua tragetória histórica.

Meus avós eram ribeirinhos, isto é, aquele que moram às margens dos rios da amazônia, meus pais moram na cidade, mas mantêm um sítio até hoje, na margem esquerda do Rio Negro. Neste sítio eu aprendi a fazer farinha, extrair o tucupi e a goma para fazer tapioca, aprendi a amar a natureza, só não aprendi a nadar!

Sempre no café da manhã, minha mãe fazia tapioca para nós, para substituíndo o pão francês. Comemos sempre quentinha, feita na hora, pois depois que esfria, a tapioca fica dura, mas continua gostosa, tem valor.

Eu fui morar em Curitiba, para estudar, e levei comigo a goma para fazer tapioca, era mágico, quando eu sentia um pedacinho de tapioca na minha boca, eu aquecia todo o meu coração, e espantava aquela tristeza que eu sentia nos dias frios de inverno. Eu levava também tucupi, para fazer tacacá e quando o dinheirinho dava, eu fazia o famoso "Pato no Tucupi".

Eu nunca tive coragem de trazer goma para o exterior, pois a semelhança com entorpecentes, me causava muito medo de haver uma mínima confusão e mal entendido no aeroporto.

Na época que morei no Sul da Alemanha, eu "descobri" que os asiáticos usam temperos e comem frutas e vegetais iguais aos que costumamos comer no Amazonas. Por exemplo, frutas como a banana pacovã e côco, vegetais como o milho branco, o quiabo e a macaxeira, temperos como o coentro (aqui chama-se Koriander) e  azeite de dendê.
Fiz muito Vatapá na Alemanha, afinal eu tinha o dendê, o côco, o coentro, cebolinha pão e camarão!!!

Eu pensava, na minha "santa ignorância" que todos esses produtos era originários do Brasil. Eu fiquei muito surpreendida quando vi uma cena, no filme da The Diary of Anne Frank, uma embalagem de Koriander, na farmácia de manipulação, em Amsterdã, naquela época. Eu precisei viajar para ter mais cultura e conhecimento.

Minha amiga Nina, que escreve o blog Entre mãe e filha, foi que me ensinou, em junho deste ano, comprar e goma nos mercadinhos asiáticos. Esse primeiro pacote eu comprei em Freiburg, 500g de pura felicidade. Quando acabou eu fiquei triste, mas em agosto descobri que tem aqui em Dresden e comprei.

Eu fiz a tapioca para o meu filho levar para o café da manhã no Kindergarten, e causou "barulho", a professora queria saber o que era aquilo, e agora para eu explicar tudo, deu trabalho, alemão é interessado, quer saber detalhes, até valores nutricionais (Descubra oito razões para incluir a tapioca na dieta).

Qualquer dia desses vou fazer um café regional com tapioca, banana frita, mingual de munguzá, abacatada (abacate com leite e açucar, batido no mix) só vai faltar o famoso "pão com Tucumã". Queres provar?

Photo by Galiceanu A. 2015
Photo by Galiceanu A. 2015
Photo by Galiceanu A. 2015


Photo by Galiceanu A. 2015


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A Alemanha e os refugiados

As atuais notícias nas mídias digitais e na TV, estão destacando a situação degradante dos refugiados da Síria, em especial, por sua maioria e por sua motivação (a fuga da guerra civil estabelecida desde 2011).

Photo by dw.com/de
Eu não estou conseguindo nem pensar em outro assunto, é perturbador, eles (os refugiados) estão aqui, perto de mim, e eu ainda não fiz nada, além de donativos. 

Eu participo de um grupo de senhoras, "Dresden International Ladies Group", e no Facebook deste grupo, algumas senhoras estão fazendo campanhas de solicitação de donativos para os refugiados. Eles precisam de tudo, eles chegam somente com a própria vida. 

Os alemães civis, individual ou coletivamente estão providenciando suprimentos para os refugiados. Nas igrejas e escolas, nos escritórios, entre colegas de trabalho. É uma campanha verdadeira e legítima. Porém, há os que são contra ao exílio de estrangeiros, principalmente por não serem cristãos, mas sunitas, na sua maioria.

Alemanha é um país históricamente fascinante, tendo muito do que se envergonhar, mas muito do que se orgulhar, por ser hoje, uma nação economicamente estável e ter se reconstruído dos escombros das edificações e dos escombros morais, em uma época que era uma nação desconceituada mundialmente, por suas responsabilidades no maior massacre da história, até então, o Holocáusto dos judeus.

Os primeiros trabalhadores estrangeiros provenientes do Leste Europeu e Turquia chegaram no boom de 1950, os quais muitos destes trabalhadores imigraram definitivamente para a Alemanha, iniciando assim a multiculturalidade e tolerância aos estrangeiros. Nestes 65 anos, muitos outros imigrantes de diferentes nacionalidades, chegaram e adotaram a Alemanha como pátria. Porém é necessário destacar que a cultura alemã prevalece, a qual não foi abalada ou reduzida, ou mesmo modificada em favor de qualquer outra cultura introduzida por imigrantes.

A primeira vez que cheguei aqui foi há 13 anos atrás, e foi possível notar a internacionalidade, a tolerância às culturas do imigrantes, o respeito aos estrangeiros que chegavam para estudar ou trabalhar. É logico que meu ponto de vista é generalizado, somente para entrar em uma linha de pensamento e  conclusão. Terão tantos outros imigrantes, que talvez estejam insatisfeitos com os alemães e acreditam não ter nada para agradecer à esta nação.

A discussão dos imigrantes ilegais na Europa, não é de exclusiva responsabilidade da Alemanha, mas tem seu peso, por ser um dos destinos prediletos por eles. A preocupação com as consequèncias desta imigração em massa, tem sido o centro das discussões de políticos e cidadãos civis, incluindo também os próprios imigrantes legalizados. Haverá mais pessoas para o governo dar assistência, e ainda manter os benefícios aos cidadãos, sem recorrer à medidas de austeridade de benefícios sociais. E a segurança pública, será a mesma? Ou a Alemanha terá mais ganhos que perdas. Eu também quero saber.

Assim como para Brasil, eu desejo para Alemanha, um futuro feliz, leve, governado com justiça, para todos, imigrantes ou não, construíndo uma nação estável e promissora para as futuras gerações. Amém!!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Nada sobre Alemanha, só sobre monstros

Desde que nos mudamos para o nosso apartamento aqui em Dresden, meu filho demonstrou ter alguns medos. Começou com o barulho da descarga, isto é, toda vez que à acionávamos, de onde quer que ele ouvia, ele se escondia. 
Um dia ele estava no quarto de brinquedo e o telefone celular do pai dele vibrou, ao receber uma mensagem e ele pulou e gritou de medo, desde então, ele próprio pega o telefone e coloca na cozinha.

Agora, até quando um de nós dois, pai ou mãe, abre a porta e entra no lugar que ele está brincando, seja sala ou quarto de brinquedos, por exemplo, ele também, sente uma ansiedade, medo, e esconde-se. Ele ainda não demonstrou sentir medo de ficar sozinho, menos mal, não é?

Enfim, eu estava "quebrando minha cabeça" para entender o que aconteceu com meu filho, o que há de diferente para ele ter mudado assim: teria sido um desenho animado que ele assistiu? será que é o apartamento não o agrada? será que é fase, da idade? o que será?

Encontrei no Facebook esse link  19 dicas úteis que todos os pais deveriam saber, e uma das dicas é fazer um "Spray contra Monstros". Deve ser antiga esta dica, mas para mim foi super nova, não conhecia. Fui fazer.

Encontrei uns monstrinhos simpáticos, os Welt der Buhbels, da loja Kik, uma loja tipo "1,99". Comprei uma caixa para meu filho prender os monstrinhos, um jogo americano e uma revista completamente cheia de monstros e  monster sticker. 

Photo by Galiceanu A. 2015
Meu filho e ajudou a confeccionar o "Spray contra Monstros". O bom era que tinha stickers de todo tipo de monstro (eu falei para ele que o splay era contra monstro de banheira, de lixeira, de telefone celular, de quarto de brinquedos, de descarga sanitária, de sala, de janela, de porta, máquina de lavar louças ou roupa, ..., de tudo). 
Eu achei muito fofo quando meu filho escolher um sticker do Doki, (um cachorrinho de desenho animado americano, super do bem, que ensina ciências, história e geografia para as crianças de uma forma bem lúdica). 

Talvez ele quis sentir a segurança emocional que sentia quanto estava no Brasil, na sua casa, com seus desenhos prediletos, na sua escola, com seu amigos, com os quais ele aprendeu a controlar suas emoções, seus medos, suas dúvidas, sua ansiedade de reencontrar sua mãe na saída da escola.

Photo by Galiceanu A. 2015
Ele me ajudou a "molhar", digo, "imunizar" a casa inteira contra os monstros. 

Achei este artigo super didático Como ajudar seu filho a enfrentar o medo no site Babycenter, onde encontrei alguns conselhos. No artigo fala sobre a naturalidade do medo na infância, que é fase, inclusive, fala da possibilidade de passarmos, mesmo sem querer, nossos medos para nossos filhos. Talvez eu tenha o influênciado, talvez não, pois faz parte do amadurecimento emocional.

Enfim, nós vamos tentar, pois não tem nada mais limitante e desconfortável que o medo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Nem tudo são espinhos ... Parte II

A Alemanha havia acabado dar a maior goleada da história no Brasil, ganhando a Copa do Mundo 2014, com os inesquecíveis 7 x 1.
" A Alemanha – uma equipe inteligentemente estruturada por Joachim Löw já há duas Copa – deu aula, colocou o Brasil na roda, tirou onda, ganhou olé. À seleção que trabalha, toda glória. À seleção que só vive de bater no peito e de gritar o Hino Nacional, toda a perdição." Thiago Nogueira @SUPER_FC
Eu ainda sentia muito, mas a vida continua, não é?
Na época, eu estava preparando a festa de aniversário do meu filho, com o tema aviões, por ser o tema mais adequado, devido o seu interesse pela aviação (conforme eu falei no texto Olha o avião).

Eu planejei dar como lembrança da festa de aniversário, os posteres de aviões, que eu havia pego nas minhas últimas viagens para Alemanha, no Aeroporto de Frankfurt. Estes posteres eram distribuidos gratuitamente e não sei de ainda são distribuídos. Todo mês, era uma foto de um avião, de uma compania aérea diferente (são fotografias de tirar o fôlego). 

Eu percebi que eu só tinha 16 posteres e ainda faltariam 14 posteres para completar 30 sacolinhas surpresas, que seriam distribuídas para as crianças convidadas. Então tive a idéia de entrar no website do setor responsável pela impressão e distribuição dos posteres escrevi um mail solicitando o número de posteres que faltavam, e eu me comprometia em pagar as despesas postais.

Recebi uma resposta em três dias, solicitando o meu endereço, indicando assim que minha solicitação seria atendida. Eu adoraria pular esta parte, mas vou ter que contar também: o meu endereço em Manaus é complicado, pois o nome da rua que moro mudou. Ai eu fiquei na dúvida, se colocava o nome atual, que contêm 4 palavras, ou o antigo, com uma única palavra. Coloquei o nome antigo, e "deu capim na palheta" (isto é, confundiu tudo).

Sabe quando as coisas não querem dar certo, mas você não aceita?

Demorou uns dois meses para eu ter coragem e escrever novamente, perguntando se houve algum problema. O representante do setor de comunicação do Aeroporto de Frankfurt respondeu-me que, enviou para um endereço cujo o código postal era outro, não era o mesmo que eu havia dado. Certamente ele fez uma pequisa com o nome da rua que eu dei, mas não era compatível com o código postal e ai, vocês já podem imaginhar ...

Eu havia ficado tão feliz com o sinal de OK dos alemães e eu estava esperando com tanta ansiedade pelos posteres, eu fiquei muito decepcionada com a situação e entristeci. Entretanto, eu não conseguia me conformar que eu não teria total de posteres para todas as crianças. Solicitei em julho os posteres, e já era meados de setembro e a festa seria em outubro, parecia não haver mais tempo.
Eu também não poderia abusar da sorte, tão pouco abusar da bondade dos alemães, eu não insisti mais. Porém, outro mail do setor de comunicação fez meu "coração pular de alegria". Ele estavam determinado a enviar os posteres para os amiguinhos do meu filho, pediram um endereço correto para o envio.
Photo by Galiceanu A. 2014
A caixa chegou, ainda era setembro, cheia de souvenirs personalizados de "Ja zu FRA" (FRA é o código do aeroporto de Frankfurt, assim como MAO é de Manaus) e os postes, é claro. Na mesma semana, o porteiro do meu condomínio disse que tinha outra caixa. Eu não podia acreditar: era a primeira que eles haviam enviado em julho, e os Correios finalmente entregaram. E faltando alguns dias para a festa, quando tudo estava preparado, chega um encomenda em forma de tubo cheinha de posteres, cada um mais lindo que o outro.

A decoração e as sacolas surpresas do Aniversário do nosso filho ficaram incrível, as crianças adoraram, inclusive as meninas, mesmo sendo um tema de menino, afinal elas também viajam, não é? Foi uma festa insquecível!!!
( Quer ver algumas fotos entra aqui? )


Nem tudo são espinhos, o povo alemão, na sua maioria, estão sempre me surpreendendo, com sua gentileza, altruísmo e simpatia.
Obrigada Alemanha por tudo, até pelos aposentados que me dão história para contar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Nem tudo são espinhos ...

Nem tudo são flores  aqui na Alemanha, mas nem tudo são espinhos ...

Foi uma tarde de maio, nos primeiros dias de sol e calor depois de mês de frio, eu quis aproveitar, e saí para fazer uma "pesquisa de preços" de panelas, mas não era qualquer panela, era uma Le Creuset, afinal, o dia das mães já estava perto, não é?

Eu fui para o ponto do Straßenbahn perto de casa, mas eu teria que esperar pelo menos oito minutos, então decidi ir à pé, pelo menos até o outro ponto, onde eu teria outras opções.

Ao chegar no ponto, fui ler o mapinha que tem as informações dos trenzinhos e diferentes paradas, quando uma senhora muito idosa perguntou se eu precisava de ajuda e para onde eu queria ir. Eu respondei que estava tudo bem, obrigada, e falei que eu queria ir para a Haultstellen Prager Straße, mas ela insitiu em me explicar que Prager Straße na verdade é uma rua, e não uma parada de trem, e ai foi puxando assunto, sobre assunto, e eu que sou igual um rádio, comecei  conversar com ela.

Foi tão espontâneo, mas um pouco estranho, pois eu nunca espero muita simpatia do povo daqui, principalmente dos idoso, que parece terem horror à tantos estrangeiros em sua amada e orgulhosa terra natal. Lógico que é injusto generalizar, mas ..., a gente "cria calos".
Photo: de.fotolia.com

A conversa ficou tão boa que nós duas fomos à pé para uma sorveteria, e tomamos um sorvete que ela fez questão de pagar. Depois seguimos pela Prager Straße até o Karstadt. Caminhamos lentamente e conversávamos como velhas amigas. Ela não se deixou fotografar, e tão pouco respondeu se queria telefone ou contato meu, ela deixou claro que o que ela queria era companhia para aquela tarde. Foi tão agradável.

Ela foi comigo para a loja, vimos os preços e depois saimos para a bendita Haultstellen Prager Straße, e a "minha amiga" estava completamente cansada. Nos despedimos com uma carga de emoção inacreditável, pois havia em nosso adeus a dúvida de nunca mais nos encontrarmos novamente.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Nem tudo são flores ...

Basta eu sair de casa aqui na Alemanha para eu ter uma história para contar.

Eu e meu filho estávamos nos dirigindo para o ponto de ônibus, para voltar para casa, quando uma senhora sexagenária que já estava no ponto, berrou para nós dois.

O ponto é bastante arborizado e com uma grama mal cuidada, e nós, eu e meu filho, caminhamos sobre a grama para escolher um lugar para sentar, pois estava muito quente e teriamos que esperar pelo menos uns sete minutos até o ônibus chegar. E foi por isto que aquela "senhora" mal humorado ficou aos berros, dizendo que não deveríamos pisar na grama, que deveriamos dar a volta

Respondendo ao tom de voz, eu desafiei a mulher com um  warum nicht? (traduzindo fica um simples por que não?, mas para um alemão idoso, xenofóbico e desequilibrado, é um tapa). Como eu dei o que a mulher queria (atenção), ela veio em minha direção e disse que não era o jardim da nossa casa, que eu deveria respeitar o espaço público do país que vivo (digam-me se não rolou um preconceito?). 

Eu estava com meu filho, havia acabado de pegar ele do Kindergarten, e nós dois estávamos flutuando de felicidade porque as professoras e até a Diretora estavam elegiando ele por ter ido vestido de Superman, fizeram até fotos com ele, sabe como? estavamos felizes. 


Eu respondi simplismente para ela que grama é grama em qualquer lugar do mundo, grama foi feita para pisar. Ela continuou nervosa, me dando lição de "moral" e insistindo que eu não tinha o direito de pisar lá. Ai eu me irritei e olhei no fundo dos olhos azuis dela e disse que: "eu não sou imigrante ilegal", foi a única coisa que me veio à cabeça, frente a insistência da mulher em dizer que nós não tinhamos o direito de pisa lá (como se quisesse dizer que não deveriamos estar na Alemanha). Eu nem precisei me mexer, ela saiu de perto de nós e eu fui finalmente sentar com meu filho na grama.

Nos espaços públicos, em Manaus, São Paulo, New York, Londres ou Dresden, as prefeituras escolhem, obviamente, grama resistênte ao pisoteio, sendo espécies rústicas, de fãcil manutenção. Logo, aqui na Alemanha não seria diferente.

E o dia em que coloquei meu filho para sentar em um banco que tem uma cruz (reservados para idoso, gestantes, deficientes), em um Straßenbahn, em Freiburg, sul da Alemanha? 

Eu sou uma pessoa consciente, e respeito as regras da sociedade, por educação e por altruísmo. Geralmente eu nunca sento nestes lugares, nem mesmo quando não tem ninguém que precise, mas neste dia eu fiz somente meu filho sentar porque haviam outras SETE cadeiras iguaizinhas desocupadas. 

Ai, entra um cara, não muito velho, com muletas, olhou e disse que queria sentar ali, onde meu filho estava sentado, ..., foi sulrreal. Eu não fiz objeção, tirei meu filho de lá e o coloquei em outra cadeira, também reservada, afinal tinha sete, né? Mas o cara não se conformou, e "rezou um terço" dizendo que o simbolo é internacional, e lalalá. Ave Maria! Que pessoas!!!

Eu fiquei mais nervosa com este cara, porque ele olhava para meu filho quando estava me moralizando. Eu respondi com muita raiva que os alemães são conhecidos internacionalmente também. Ai eu fiquei esperando a "muletada" na minha cabeça, mas não veio. O cara saiu no primeiro ponto, correndo somente uns três minutos, entre ele entrar, me esculhambar e sair.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O preconceito existe e está por todo lado

"È mais forte que eu, é mais forte que eles" por Ana Galiceanu
Eu não deveria, mas eu fiquei arrasada!

Eventualmente, antes de ir buscar meu filho no Kindergarten, eu saio mais cedo e vou fazer pesquisas de preços (risos, desculpa de consumista) e até algumas comprinhas ocasionalmente.

Sempre vou na Prager Straße, e ontem inventei de variar e fui no Altmarkt Galerie, um shopping bem grande daqui. Normalmente, eu só vou neste shopping com meu esposo, pois é ele que irá pagar (risos), pois lá tudo é mais caro, e raramente encontramos promoções muito boas.

Fui fazer uma pesquisa de preços em uma livraria, em busca de livros para meu filho, e depois dar uma "olhadinha" nos preços dos vestidos para o outono.

Eu me arrependi, de verdade, esse povo estragou o meu dia. Na livraria, uma jovem que arrumava alguns livros do outro lado da livraria, os largou e foi arrumar livros no balcão que eu estava. Eu pensei assim "deve ser coincidência, e para com essa mania de perseguição". Porém, depois de alguns minutos a mulher que fica no caixa veio também para cima de mim, e uma ficou de um lado e a outra ficou do outro lado. :-(    (carinha de triste). 
Photo by Galiceanu A.2015

Eu costumo demorar mesmo para decidir, pois eu tenho hábito de comprar o melhor custo-benefício. E nessa demora causou uma ansiedade nas mulheres, acreditando elas que eu estava prestes a furtar os livros infantis, de alguma forma.

Devido a pressão das mulheres, eu peguei um que custava 3,00€, e o comprei. Era o mais barato, colorido e fofo, que conta a história de uma joaninha e seus outros amigos insetos. Super lindo mesmo, eu não poderia deixá-lo lá. Eu só pensava no meu filho e na "fome" que ele tem por livro.

Então, sai de lá, mas ainda não havia aprendido a lição, achei que foi só naquela livraria que rolou o preconceito, ledo engano.

Entrei em uma loja de departamentos super famosa e popular daqui da Europa, que tem filiais em vários países, e eventualmente eu costumo comprar nas promoções. Ontem foi o meu dia! Fui para os cabides de promoções de jaquetas e camisas, tinha outra menina jovenzinha lá. 
Eu não gostei de nada e quando tentei sair para outros cabides, uma loura alta surgiu na minha frente, parecia que ia me atropelar, eu desviei e fui para a promoção dos biquines (posso usá-los no Brasil), e não é que a mesma loura apareceu lá também. Ela não tinha nenhum crachá aparente, eu pensei que fosse cliente, e achei ela uma chata.

Ai eu já havia desistido das promoções que só tinha "bucha de canhão" e fui dar uma olhada na nova coleção de camisas e calças. E quem aparece lá para inclusive arrumar matematicamente o que eu havia "tocado" nas mesa de exposição??? Vou ajudar vocês: a loura. Eu fiquei tão atordoada com a perseguição que esqueci dos vestidos.

Eu estava até bem arrumadinha, com um vestido, meia de mesma cor do vestido e um blazer delicado. Eu pensei que estava a altura do shopping, mas pareceu que não.

Meu esposo sempre me ajuda a raciocinar sobre o que acontece: normalmente as vendedoras destas lojas e livrarias são estrangeiras, da Russia, Polonia, Hungria, entre outros, e como sempre diz minha amada tia "quem persegue o pobre é o próprio pobre". (risos)

Afirmo para vocês e assino em baixo, eu nunca havia sofrido tanta discriminação aqui Alemanha. Desde que pisei em solo alemão na primeira vez em 2002, eu fiquei completamente encantada como eles me tratavam com cordialidade, a partir da cabine de imigração.

Morei em Freiburg e não houve uma única vez para eu lamentar que fui perseguida ou discriminada. Eu sempre comparava com a minha própria terra natal, Manaus, onde eu tenho que me "fantasiar de rica" para que eles minimamente me tratem com uma educação baseada no preconceito velado.

NOTA: fantasiar de rica é calçar um sapato alto, da Arezzo (o único que tenho), vestir a calça jeans que tem a etiqueta vermelhinha no bolso de trás (Levi's, hehe, única também), camisa que ganhei de uma amiga, e uma bolsa vermelha, muito linda de couro, que não é de uma marca famosa, mas causa um impacto, ai eu fico a cara da riqueza.

A cultura, o povo, as diferenças

Cada dia eu tenho uma história para contar.
Ontem, quando eu estava voltando para casa com meu filho, aconteceu algo que me fez lembrar de Manaus.

O "motorista" do Straßenbahn que pegamos, confundiu-se e entrou no trilho à direita, quando ele deveria seguir em frente!! Ai vocês nem podem imaginar o transtorno deste erro: esses trenzinho de rua, assim como os trens grandes não fazem marcha à ré. Resultado: o trenzinho ficou parado ao longo da curva, e em alguns minutos já surgiria outro trem para ocupá-la corretamente e seguir em trajetória correta.
Photo by www.bahnbilder.de 
Todos que estavam no trenzinho, assim como eu e meu filho, sabiam que o motora errou. Eu pensei que ia rolar alguma gargalhada, mas não. Meu filho logo comentou que a direção estava errada.

O motora, um senhor sexagenário, saiu de sua cabine, falando para si próprio "que erro". Ele atravessou os quatro vagões do Straßenbahn de cabeça baixa, para evitar possíveis olhares, e andando bem depressa até chegar ao outro extremo do trenzinho e manobrar no sentido contrário, para sair do trilho errado e retornar para o caminho correto. O silêncio dentro de todo o trem era incrível! Ninguém riu ou comentou entre si, e eu com meu filho, conversavamos baixinho em português sobre o ocorrido, afinal as crianças tem curiosidade não é?

Depois o motora teve que retornar para a sua cabine, e novamente passar por todos os passageiros. Ele ainda estava muito constrangido com o seu erro, mas retornou para o seu comando um pouco mais confiante.

Honestamente eu me admirei com o comportamento dos passageiro alemãe e estrangeiros, todos foram solidários ao motora, ao ficarem em silêncio e não riem dele.

Lembrei de uma vez, quando estava em Manaus, e eu, meu filhinho bebezinho e meu esposo estrangeiro, pegamos um ônibus que faz o trajeto da região sul da cidade ao centro, e aconteceu algo totalmente diferente do que aconteceu no Straßenbahn (risos).

O citado ônibus, em seu trajeto, passava por uma "comunindade" barra pesada, antes de seguir para o centro. Havia o último ponto de parada dentro da comunidade, mas o motorista passou direto. Ai uma mulher começou a gritar lá o final do ônibus todos os palavrões conhecidos no vocabulário popular. A mulher xingou o motorista até daquilo que não se deve xingar um homem. Meu Deus, e os outros passageiros ainda colocavam "lenha na fogueira", dando gargalhadas e xingando o motorista também, acrescentando mais ódio na mulher.

Ao final o motorista parou somente em um cruzamento, na saída da comunidade e a mulher saiu. Todos foram para a janela olhar. Eu me esforcei um pouco e vi: uma criatura esquelética, toda tatuada nos braços e pernas, com roupas vulgares, super jovem, uma menina. Foi tão espantoso, de onde essa menina tinha tanta confiança em agredir verbalmente um homem?

Nas favelas tem seus "códigos" e esta menina estava reagindo exatamente como é o seu cotidiano. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

CANALETTO Dresden - água potável X lixo

Photo by Galiceanu A. 2015
Aqui na Alemanha a água da torneira é água potável e tem comprovadamente, um padrão elevado qualidade.

A empresa responsável pelo tratamento e fornecimento de água daqui Stadtentwaesserung Dresden, esteve presente no CANALETTO com um stand para a conscientização da população quanto ao descarte correto de lixo para não contaminar o sistema de esgoto.

O cartaz diz que "o vaso sanitário não é lixeira". Eles colocaram três exemplos classícos de erros cometidos pela população em relação ao descarte de lixo indevido, e o melhor de tudo é que eles explicaram o porquê de não ser permitido, ilustrando até mesmo as consequências deste descarte incorreto.

E eu que imaginava que aqui tudo já funcionava de modo perfeito, que todos já eram conscientizados, fiquei até surpresa com o stand. Porém, meu esposo explicou que a Alemanha, nos últimos anos, tem recebido muitos imigrantes e refugiádos, os quais são introduzidos aos sistemas de coleta de lixo, mas sempre algum detalhe escapa, bem como alemães natos, que não são perfeitos, e também cometem erros por ignorância ou preguiça. Eu já vi alemão colocando na caixa de lixo reciclado, um pacote de salsichas "sambadas", eca!!! esse "preguiça" deveria ter colocado somente o pacote de plástico devidamente lavado, e as salsichas no lixo ordinário (aquele tipo que não serve para nada, nem como biológico).

Então vamos lá aprender com os alemães causas e efeitos do descarte errado de lixo: 
(a) todos os tipos de remédios - os medicamentos entram no ciclo da água, e  seus resíduos são parcialmente removidos ou não removidos nas modernas estações de tratamento de água. Os resíduos prejudica o meio ambiente e a própria saúde dos usuários de água potável. Portanto medicamento é no lixo ordinário.
(b) todos os lenços umidecidos para bebês, facial ou refrescante - estes inocentes lenços são feitos com fibras plasticas ou de algodão e causam o entupimento dos canos de esgoto de sua residência e por consequência, o entupimento da bomba no sistema de esgotos. 
(c) tintas, solventes e produtos químicos - esses líquidos podem formar gases explosivos ou tóxicos nos esgotos. Aqui em Dresden tem um centro de reciclagem Stadtreinigung. Eu nem posso imaginar o que o povo descarta no sistema de esgoto, lá em Manaus, senti até uma aflição (affff!!).
(d) cotonetes - minha gente, vocês não podem imaginar o que um pequeno cotonete jogado no vaso sanitário pode provocar. Eles podem entupir bombas e assim impedir o transporte das águas residuais para a estação de tratamento. Um vez lá, eles tem que ser rastreados através de todos os sistemas de computador até chegar ao rio (o Elbe)
(e) produtos de higiene, pontas de cigarros e outros - as fraldas, absorventes internos e externos, preservativos, pedaços de tecido, pontas de cigarro devem serem jogados obviamente no lixo ordinário. Esses resíduos causam um esforço elevado para a limpeza.
(f) restos de alimentos, óleos e graxa - alimentos nas águas residuais podem atrair ratos, e a estação de tratamente, além de invertir esforços na limpeza das águas, tem que tratar odores provenientes do esgoto. Óleos e graxa contaminam os sistemas de esgotos, pode imaginar? Gente de Deus, sabe resíduo de gordura que voce eventualmente pode limpar com um papel toalha da sua panela ou do Sugar? não coloca no vaso sanitário, mas no lixo doméstico.
Podem acreditar, todas essas informações são aplicáveis ao sistema de esgoto do Brasil, quando tem, é claro.

Photo by Galiceanu A. 2015

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CANALETTO Dresden - Obrigada DVB

A empresa de Transporte Regional Público da cidade de Dresden, DVB - Dresdner Verkehrsbetriebe AG, esteve presente no CANALETTO na Postplatz, e disponibilizou várias atrações para as crianças.

Tinha um "castelo pula-pula" em formato de uma "locomotiva", bem grande, com escurregador bem alto, três bonecos dentro, para as crianças além de pular, aguarrar os bonecos (e até socar, como muitos estavam fazendo). Era super divertido, eu estava com muita vontade de entrar lá dentro, para pular e escorregar também (risos).


O palhaço era um fofo, cantava e dançava, mesmo quando havia somente umas 4 ou 5 crianças para acompanhá-lo. Ele contava algumas histórias engraçadas, e as crianças rolavam de tanto ri, e eu tentava ri também, mas eu não entendia bem a idéia.

Havia uns carrinhos para as crinças menores de 3 anos brincarem em uma cidade de brincadeirinha, com faixa de pedestre e placas de sinalização. É uma excelente idéia para ensinar a criançada algumas regras de transito, da forma que elas mais gostam: brincando.

O meu filho já é bem grandinho, mas ele pulou em um desses veículos vermelho e só desistiu quando chegou um bebezinho chorando por um.


Também não posso deixar de citar a barraquinha da "Arte com macarrão". Havia quilos e mais quilos de macarrão cru, em diferentes formatos, com furinhos pequenos na ponta para favorecer a fabricação de colares e pulseiras, bem como  outros projetos craft. Eu simplismente amei.

Posso parecer-lhe uma "índia" que acabou de sair da floresta e nunca viu nada, deslumbrada com tudo que vejo aqui na Alemanha, mas é verdade, eu estou encantada com o que eu vi e aprendi.

Fiz uma busca no Pinterest e encontrei dois sites super legais, o Mollymoocrafts.com e o Hellowonderful.co, que contém alguns exemplos de projetos para fazer arte com macarrão. 

Photo by Galiceanu A. 2015

Eu e meu esposo sentamos e pintamos alguns macarrões para ajudar no projeto do nosso filho, que não sabiamos o que ele queria fazer.


Então, ao terminar me ofereceu um colar bem coloridinho feito de macarrão farfalle, com um pingente de um macarrão gigante em forma de concha escrito dentro TAM (a empresa aérea que ele ama desde muito pequeninhinho, por ter a cor vermelha na logo).

No Facebook deste blog eu coloquei outras fotos, que ilustra o que eu estou descrevendo.

domingo, 23 de agosto de 2015

CANALETTO Dresden - LEGO e as igrejas

Photo by Galiceanu A. 2012
O primeiro LEGO do meu filho foram da linha Duplo, os quais ele utilizava para construir aviões. O tempo passou e as idéias foram se modificando. Atualmente meu filho pega qualquer peça de Lego ou similar e constroi igrejas.

Photo by Galiceanu A. 2013
Os stands do Lego estavam sempre cheios de pais e filhos, mas nós sempre conseguiamos uma mesa para as montagens. No stand do Lego Duplo, encontramos uma mesa todinha para nós, não havia naquele momento outras crianças. Meu filho aproveitou para fazer uma de suas obras prima, a Basilica di San Petronio, que é uma basílica localizada na cidade de Bologna, no norte da Itália, cidade que visitamos recentemente.
Photo by Galiceanu A. 2015
Photo by www.foliamagazine.it

Photo by Galiceanu A. 2015

Estivemos em Freiburg em meado de junho deste ano e visitamos a Catedral Münster de Freiburg, Meu filho observou algo que eu nunca havia percebido em minhas várias visitas à esta igreja: lá tem cinco órgãos e com pelo menos dois manuais e uma pedaleira (que podiamos ver). Assistimos a missa celebrada pela manhã, onde todos os órgãos estavam tocando e eu pude constatar que realmente há cinco.

Fomos jantar  no restaurante Hausbrauerei Feierling, um lugar super indicado, pois além de ter o chop de fabricação própria, boa comida, tem brinquedinhos para as crianças se distraírem enquanto os pais "tomam uma" (ou mais). 





E olha o que meu filho se dedicou a construir. Até o órgão ele fez!!!

sábado, 22 de agosto de 2015

CANALETTO Dresden - Lego Ninjago

Na programação do "fervoCANALETTO  tinha os stands do LEGO NinjagoDuplo e Friends.
Photo by Galiceanu A. 2015
Ao chegar as crianças eram recebidas com o primeiro gift: um chaveiro personalizado para colocar um crachá. A moça logo perguntou diretamente para meu filho o nome dele e ele obviamente respondeu: Superman, e muito simpática, ela sorriu e escreveu exatamente o que ele falou, e eu completei com o nome dele (falando baixinho).

Photo by Galiceanu A. 2015
As crianças tinham que cumprir algumas "tarefas", tais como: construir algo sozinho, depois em equipe com outra criança, para receber um carimbo que significava que a tarefa foi cumprida. Porém acredito que isso é para crinças com mais de 6-7 anos, porque havia outras crianças da idade do David que também não cumpriram tarefas, apenas contruiram o que foi possível, com as peças que tinham, para dar formas à sua imaginação.

Photo by Galiceanu A. 2015










O mais interessante de tudo isso é a disponibilidade destes brinquedo, assim, ao ar livre, sem seguraças, sem funcionários ou câmeras, para imperdir que por exemplo alguém tente roubar, afinal o LEGO é caro em qualquer lugar do mundo, inclusíve aqui na Alemanha.

Simplismente todas as crianças brincam, competem por peças, choram para não sair da mesa de montagem, mas provavelmente nenhuma criança rouba peças. Nem seus pais, eu acredito.

Eu me permito pensar no Brasil, nestas horas, e desejar que seja assim o nosso país, com crianças educadas, pais conscientes, empresas confiantes ao oferecer um serviço desses gratis.

Enfim, eu sonhei por um Brasil melhor, um Brasil mais alemão.