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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Qual o programa de ensino do Kindergarten na Alemanha? - Parte I

Quando decidimos que voltaríamos para Alemanha, eu comecei a fazer uma pesquisa sobre como era o sistema educacional. Nosso filho estava com 3 anos e frequentava uma excelente creche em Manaus, e queríamos, obviamente que ele fosse para um creche tão boa quanto a creche no Brasil.

O primeiro texto que li foi de Célia Matheus, publicado no Tudo Alemão, uma plataforma online do Goethe-Institut. No texto encontrei a resposta para a nossa dúvida (minha e de meu esposo): colocar nosso filho na escola que fala inglês ou alemão. Na Alemanha é muito comum escolas internacionais, que lecionam, educam em diferentes idiomas. 

No texto, a autora diz que a melhor opção é uma escola oficial alemã, pois o filho dela ia ter que falar alemão de qualquer maneira para brincar com as crianças alemãs, e obviamente teria que entender as outras crianças. Com o nosso filho seria igual, então ficou decidido: alemão.

Continuando a pesquisa sobre o tema, encontrei o blog Cinquenta mil aventuras, que pertence justamente à Célia Matheus. Ela é uma imigrante portuguesa e escreveu vários textos em seu blog sobre o tema, contando as experiências, as frustrações, as conquistas diárias e a adaptação do seu filho de 5 anos no Kindergarten.

Depois de ter lido todos os textos do blog sobre o assunto, eu fiquei preocupada, pois eu ainda não estava medindo o tamanho dos desafios que enfrentaríamos, principalmente com relação às emoções que meu filho seria submetido. Dei graças a Deus por meu filho ter mais de 3 anos, pois é muito mais complicado para conseguir vagas.

No site da cidade, www.dresden.de, encontrei todas as informações da base educacional dos Kindergärten na Saxônia. Eu logo entendi que ele não teria aulas de alfabetização, pois está destinado às crianças a partir de 6-7 anos de idade.

O Plano Pedagógico, está disponível no mesmo site, em diferentes idiomas, o que me chamou atenção: idiomas latinos, eslavos, russo, turco, arabe, tcheco e até vietnamita. Eu já podia imaginar que meu filho estudaria com crinças de diferentes nacionalidades, e seria incrível e desafiador.

Photo by www.sachsen.de
A proposta de educação da Saxônia é basicamente centrada na idéia de <auto-educação>, onde as crianças tem a oportunidade de realizar suas próprias experiências sobre os fenômenos da natureza, cultura, religião e relacionamento social ao seu redor (www.bildung.sachsen.de). As crianças têm espaco livre, tempo e chances de brincar. Logicamente, sob os cuidados de professores capacitados à metodologia, os quais interferem minimamente nas ações do grupo de crianças que é responsável.
"A educação é entendida como um processo unitário e global, direcionado para o desenvolvimento integral da pessoa em suas diferentes formas de agir, pensar e entender. Assim, a educação é muito mais que <aprender>."

continua ... 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Quando conheci o método de educação Montessori

Neste dia foi me esposo que foi buscar nosso filho, porque eu estava resfriada e indisposta. Eu dou graças a Deus, pois não ia prestar.

Havia chuvido neste dia, como eu já sabia que as crianças vão ao jardim igualmente à um dia de sol ou de neve. Eu fiquei tranquila, pois fica na escola as suas botas de plástico, jaqueta e calças de chuva (tipo aquelas de motoqueiros). E o melhor: finalmente ele iria usar, mas não usou. 

Photo by Galiceanu A. C. ©  2015
A professora dele estava de licença, e a turminha dele estava dividida, distribuídos nas outras turminhas. Meu filho ficou na turma de uma professora super gentil, e gostei bastante, e ele também. 

Quando os dois chegaram em casa, pai e filho, foram direto para o banheiro, o que eu achei muito estranho e fui verificar o que havia acontecido. 

Um banho de banheira com água quente, para aquecer nosso filho, foi isso que meu esposo fez, e sem ter tempo de explicar, cuidava do David com especial dedicação. Então eu fui tentar descobrir sozinha.

Achei primeiro a calça que meu filho havia ido para a creche, e depois os tênis: tudo completamente molhados e com alguma lama. 

Nosso filho ficou com essas roupas molhadas, ninguém da escola viu ou se importou? Todas as crianças tem roupa de troca em seus armários, o que houve?

O que houve foi que aqui na Alemanha as crianças trocam-se sozinhas desde cedo. Meu filho tem 5 anos e o que se espera de uma criança nesta idade é que vista-se sozinho sua roupa de chuva, depois tire e coloquem-na penduradas para escorrer a água.

Perceberam? meu esposo poderia ter trocado a roupa do nosso filho, antes de trazê-lo para casa, mas ficou tão surpreendido, atordoado (como ele fala) que a única coisa que queria era levá-lo para casa o mais rápido possível.

O erro foi meu, eu não mostrei para o meu filho os seus pertences: suas botas e roupa de chuva, suas roupas de troca, meias, sapatos e tudo mais. Eu não ensinei meu filho ser independente. Eu pensava que seriam as professoras que os vestiam, e portanto, elas deveriam saber.

Na creche que ele frequentou no Brasil, no ano passado, as crianças são estimuladas a serem independentes, aqui elas são responsáveis por sua independência, onde as crianças, além de vestir-se e despir-se sozinhos, eles servem-se e descartam o próprio alimento, e muito mais. É a cultura alemã, eles educam seus filhos assim. 

A creche que meu filho frequenta, na sua base pedagógica, tem os conceitos do Método Montessori, que é caracterizado por uma ênfase na independência, liberdade com limites e respeito pelo desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas da criança (Fonte: Wikipédia).

Eu presisava "acordar para a vida" mais uma vez. No outro dia chegamos mais cedo na creche e eu levei meu filho até o armário dele e fizemos um treinamento rápido de como trocar a roupa de chuva e colocar as botas Sete Léguas.


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Na Alemanha, criança brinca de verdade

Eu já havia desistido de escrever neste blog, porém, aconteceu um fato que me fez mudar de idéia, neste mês de julho.

Houve dias de intenso calor aqui em Dresden, algo fora do normal, foi notícia em todos os jornais: uma onda de calor tomou conta da Europa por alguns dias, cerca de 32 à 40 graus, dependendo da região.

E no Kindergarten que meu filho frequenta as crianças ganharam um "bonus" pelos dias de calor: "banho de mangueira".

Meu filho contou todo alegre que ele havia gritado de alegria no parquinho do Kindergarten (como aqui eu sempre falo para ele não gritar quando está zangado, ele me avisou que gritou e que foi permitido, risos).

Voces não imaginam o quanto eu gostaria de estar lá para ver esta alegria, fazer fotografias e filmar até, mas eu ainda não tenho certeza de que eles (os professores) deixariam.

Houve um dia que já não estava tão quente, e vesti no meu filho um conjunto de moleton. Neste dia, a turminha dele não ganhou banho de mangueira, mas outra turma sim.

O fato é que meu filho foi para perto de pulou nas poças de água que se formaram, e como tudo ocorre no jardim, as poças eram poças de lama.

Quando eu cheguei para buscá-lo, as  crianças ainda estavam almoçando. Eu vi algumas crinças com as pernas todas sujas de barro escuro, tinha uma menina que tinha barro seco perto do nariz, e eu senti vontade de limpar. Eu imaginei que para aquela turma o dia tinha sido ótimo. 

Eu estava tão destraída admirando aquelas crianças sujíssimas, exautas, comendo tudo do prato, felizes, que quando a professora veio do outro refeitório trazendo o meu filho só de cuecas e camisa, eu levei um susto.

Perguntei o que houve, mas a professora pediu que eu a acompanhasse até o vestuário. Eu fiquei mais assustada ainda. O que poderia ter acontecido?

A professora não acreditou que eu ainda quisesse a calça, pois estava completamente suja. Eu disse que sim, que para mim isso não havia problema, pois seria a máquina de lavar roupas que iria lavar, não eu.