quinta-feira, 10 de setembro de 2015

"Deus é alemão"

Sabe aquele ditado popular que diz que "Deus é brasileiro"? Então, eu concordo, diante de tantos problemas enfrentados no Brasil: problemas de segurança pública, falta de hospitais, acidentes de trânsito, entre outos. 

Algo me fez mudar o ditado popular para agradecer a Deus pelas inúmeras "providências" tomadas no sentido de proteger as crianças daqui. 

Eu estava em uma festa pública quando duas mães com seus bebezinho se aproximaram de onde eu estava sentada com minha família. Umas das mães se afastou e deixou seu bebezinho com a outra. A outra mãe pegou o seu bebezinho e colocou no chão, para auxiliar o outro bebezinho que estava chorando.
Photo by Jan Möbius (mz-web.de)
O bebezinho que foi para o chão, deveria ter por volta de 9 meses, e pegou um garfo de plástico que estava no chão, sujo com resíduos de comida, e colocou na boca. Com um gesto, eu mostrei para a bendita mãe, o que estava acontecendo, e ela sorriu para mim (bem forçado, tipo: o que você tem haver com isto?) e não fez um único movimento no sentido de tirar o objeto da criança.

A criança fazia movimentos fortes com o garfo na boca, e ainda o quebrou, tornando-se mais perigoso ainda, pois formou pontas amoladas com facas (voce pode imaginar o que eu descrevo?). Eu começei a suar frio nas mão e sentir náuseas, pelo duplo perigo que a criança estava passando: o do plástico rompido e do resíduo de comida do objeto, que muito provávelmente estava ali da noite anterior, e exposto a decomposição bacteriana e de uma "lambidinha" do rato, ou voces acham que aqui não tem rato pelas ruas?

Meu esposo me auxiliou, e pediu, pela milésima vez que não interfira na vida dos outros, mesmo que eu acredite que é para o bem deles, pois eles, muitas das vezes, não tem o meu ponto de vista, e esse conselho não cabe somente na Alemanha, mas por onde eu estive.

A criança cuspiu os pedaços de garfo, a mãe tirou alguns outros da boca da criança, e a colocou novamente no chão, e com oportunidade, pegou uma ponta de cigarros. Eu não mereço, virei de costas mesmo.

Tenho outras histórias, mas são muito particulares por conter exclusivamente o meu ponto de vista, então, nem vou tentar falar aqui.

O modo como as mães alemãs tratam seus filhos me incomoda muito, e obviamente, tem pontos positivos na linha de educação, mas muitos negativos. A total independência, como um sentido para a vida, é em parte, algo positivo que eu estou aprendendo a aplicar em nossas vidas, minha e do meu filho, mas daí entregar o filho à própria sorte, tem uma diferença muito grande, e que eu desprezo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário