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domingo, 27 de setembro de 2015

Café com recordações!

O blog aqui não é de culinária, mas ando empolgada com o assunto e vou escrever mais essa experiência.

Os asiáticos, ah! os benditos supermercados asiáticos. Como disse uma moça carioca que participa no grupo Cozinhando na Alemanha do Facebook, nestes supermercados tem uma infinidade de produtos, que não damos conta de perceber que tem produtos que habitualmente comemos no Brasil, como por exemplo, milho branco, quiabo, dendê, coloral, coentro, leite de côco, banana pacovã e tantos outros.

Desta vez encontrei, ou melhor dizendo, "garimpei" macaxeiras congeladas, branquinhas, sem nenhum pontinho preto. Eu as cozinhei para fazer um "escondidinho de carne", mas quando senti o cheiro delas cozidas, fui "jogada para o passado, para a infância", quando comia macaxeira cozida com café com leite. 

E cozidas as macaxeira pareciam pefeitas, sem pontinhos pretos e macias. Lembra que quando compramos macaxeiras ou elas vem metade podre ou duras, que mesmo cozidas são indigestas?

O "escondidinho" não roulou mais, o que roulou foi um "flashback" potente, hahaha!!!


sábado, 26 de setembro de 2015

Feijoada gostosa - Feijoada Lecker!

Na semana passada, eu encontrei no Facebook um grupo Cozinhando na Alemanha, onde os participantes postam fotos de suas peripércias na cozinha, além de trocar idéias sobre produtos encontrados nos supermercados alemães que servem para completar receitas brasileiras.  

Eu já entrei perguntando sobre Maizena, e as "meninas" foram muito gentis, respondendo, inclusive com fotografias do produto alemão. Eu adorei! Sabe quando você finalmente "encontra pessoas que falam a mesma língua que a sua"? quando você "encontra a sua praia"?

Eu adoro cozinha e adoro falar sobre o assunto, trocar idéias, mas a maioria das minhas amigas trabalham fora de casa, e não tem tempo e nem talento para tal atividade. Então, elegi o meu marido para me ouvir, além de ser o cobaia dos meus revolucionários pratos. 

Fiz ontem uma feijoadinha modesta, para me despedir de amigas que vão se mudar para outra cidade.
O feijão preto eu comprei no mercado asiátioco, e as carnes defumadas de porco comprei no supermercado alemão. Eu ainda não consegui comprar farinha ou farofa pronta, e também não encontrei uma folha para substituir o nosso couve verdinho. 
Photo by Galiceanu A. 2015

Photo by Galiceanu A. 2015
Fiz um Brownie de caixa, pois eu não tenho talento nenhum para doces. Eu consegui esquecer de colocar 100 ml de óleo de girassol, mesmo eu tendo em casa, o resultado foi que ficou ressecado, cascudo, quase um biscoito (risos). Fiz um bolo de côco e chocolate de emergência. Eu estava tão empolgada em fazer a comida e fotografar para finalmente ver fotos minhas no grupo do Facebook.

Aquele que cozinha sempre espera ouvir se ficou bom, e lógico, por educação, aquele que come sempre diz que ficou ótimo, e aquele que cozinha sempre fica na dúvida se o eleogio foi realmente sincero ou amigável.
Eu tive o prazer de saber que ficou bom mesmo, ao ver minha amiga da República das Filipinas colocar um pouquinho mais no prato, arroz e feijoada, mesmo depois de ter comido os bolos da sobremesa. Eu tive certeza que ficou bom!!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Estudar na Alemanha - conclusão


Depois que terminei o Mestrado, retornei para Manaus, pois havia uma vaga para professor substituto na Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Amazonas, nas disciplinas de Inventário Florestal e Dendrometria. Trabalhei por um ano e meio na UFAM. 

Photo by Galiceanu A. 2004
Fiz a inscrição para o International Summer School 2004 da Albert-Ludwigs-Universität Freiburg e fui selecionada. Conheci pessoas da Indonésia, Índia, Sri Lanka, Tailandia, Malásia, Romênia, Chile e muito mais, tenho contato com alguns deles até hoje. Eu já estava há um ano com Síndrome do Pânico, fazendo acupuntura, tomando "Florais de Bach" e serotonina e GABA (Gama Amino Butiryc Acid), todos com efeito paliativos, ou mesmo placebo, mas que me davam a mínima sensação de "cura" e autonomia. 

Era a minha segunda visita à Alemanha, para um segundo curso, onde tive oportunidades de consolidar contatos com professores da Pós-graduação, e encontrar um orientador interessado na minha pesquisa: dendrocronologia tropical.

No ano seguinte voltei para Alemanha, com minha irmã, que também é Engenheira Florestal. Logo nos primeiros dias, quando fomos para o MENSA, o restaurante universitário, fomos apresentadas para um espanhol e um italiano. Dias depois o italiano apresentou seu amigo romeno, os dois eram estudantes de doutorado em Física.
Minha irmã casou como o italiano e eu como o romeno, simples assim!!!
 
Voltamos para o Brasil, eu e minha irmã, pois eu não estava dando conta da Síndrome do Pânico. Parecia o fim de um sonho, tão desejado, planejado, à custa de muita luta e dificuldades.

O fato é que eu não conclui o doutorado, mas o sonho de doutorado transformou-se em um casamento e um lindo filho, nossa benção maior, concedida por Deus. Brincando, eu sempre digo que o diploma do meu doutorado é nosso filho.

Hoje, e somente hoje, eu vejo que eu não precisava de um doutorado, mas uma família, uma oportunidade de ser mãe, para viver e escrever nossa linda história.

Obrigada por ler!

domingo, 13 de setembro de 2015

Tapioca na Alemanha, para contar histórias

Eu sou do Estado do Amazonas, fui criada e educada em Manaus. Meus pais são descendentes de nordestinos. Os meus avós paternos eram primos de primeiro grau, originados da cidade de Baturité, Estado do Ceará. A minha vó materna, cearense também, chegou de navio com os migrantes nordertinos para trabalhar no período áureo da borracha no início do século 20 (por volta de 1908), órfão de pai e mãe, sem documentos ou tutores, muito criança, embarcou eu um viagem de aventura e desventuras. Felizbela Basílio de Almeida, era o nome dela, sobreviveu, foi morar em seringais, trabalhou duramente na floresta amazônica, tornou-se uma mulher rígida, mãe de 8 filhos, morreu em 2003, com mais de cem anos, lúcida, lembrava de toda sua tragetória histórica.

Meus avós eram ribeirinhos, isto é, aquele que moram às margens dos rios da amazônia, meus pais moram na cidade, mas mantêm um sítio até hoje, na margem esquerda do Rio Negro. Neste sítio eu aprendi a fazer farinha, extrair o tucupi e a goma para fazer tapioca, aprendi a amar a natureza, só não aprendi a nadar!

Sempre no café da manhã, minha mãe fazia tapioca para nós, para substituíndo o pão francês. Comemos sempre quentinha, feita na hora, pois depois que esfria, a tapioca fica dura, mas continua gostosa, tem valor.

Eu fui morar em Curitiba, para estudar, e levei comigo a goma para fazer tapioca, era mágico, quando eu sentia um pedacinho de tapioca na minha boca, eu aquecia todo o meu coração, e espantava aquela tristeza que eu sentia nos dias frios de inverno. Eu levava também tucupi, para fazer tacacá e quando o dinheirinho dava, eu fazia o famoso "Pato no Tucupi".

Eu nunca tive coragem de trazer goma para o exterior, pois a semelhança com entorpecentes, me causava muito medo de haver uma mínima confusão e mal entendido no aeroporto.

Na época que morei no Sul da Alemanha, eu "descobri" que os asiáticos usam temperos e comem frutas e vegetais iguais aos que costumamos comer no Amazonas. Por exemplo, frutas como a banana pacovã e côco, vegetais como o milho branco, o quiabo e a macaxeira, temperos como o coentro (aqui chama-se Koriander) e  azeite de dendê.
Fiz muito Vatapá na Alemanha, afinal eu tinha o dendê, o côco, o coentro, cebolinha pão e camarão!!!

Eu pensava, na minha "santa ignorância" que todos esses produtos era originários do Brasil. Eu fiquei muito surpreendida quando vi uma cena, no filme da The Diary of Anne Frank, uma embalagem de Koriander, na farmácia de manipulação, em Amsterdã, naquela época. Eu precisei viajar para ter mais cultura e conhecimento.

Minha amiga Nina, que escreve o blog Entre mãe e filha, foi que me ensinou, em junho deste ano, comprar e goma nos mercadinhos asiáticos. Esse primeiro pacote eu comprei em Freiburg, 500g de pura felicidade. Quando acabou eu fiquei triste, mas em agosto descobri que tem aqui em Dresden e comprei.

Eu fiz a tapioca para o meu filho levar para o café da manhã no Kindergarten, e causou "barulho", a professora queria saber o que era aquilo, e agora para eu explicar tudo, deu trabalho, alemão é interessado, quer saber detalhes, até valores nutricionais (Descubra oito razões para incluir a tapioca na dieta).

Qualquer dia desses vou fazer um café regional com tapioca, banana frita, mingual de munguzá, abacatada (abacate com leite e açucar, batido no mix) só vai faltar o famoso "pão com Tucumã". Queres provar?

Photo by Galiceanu A. 2015
Photo by Galiceanu A. 2015
Photo by Galiceanu A. 2015


Photo by Galiceanu A. 2015