domingo, 27 de setembro de 2015

O meu outono

No outono de 2005, quando eu estava estudando aqui na Alemanha, eu vi a decoração de outono por todos os lados: nos janelões transparentes de vidros, nos degrais da porta de entrada das casas, nas lojas e até nas igrejas (as católicas). Eram abóboras de vários tamanhos, verdes, laranjadas, amarelas, combinando com velas e muitas folhas, galhos de árvores, sementes e nozes, simplismente lindo!!!

A mudança do tempo de verão para outono, aqui em Dresden, foi muito sutil, suave e até delicado. Chuveu muito pouco, ainda está fazendo dias ensolarados que combatem o frio outonal, e o vento provoca ainda mais a queda das folhas. É poético ver a mudança na paisagem. Eu saio diariamente para levar meu filho no Kindergarten, e em nosso caminho tem muita arborização urbana, e por consequencia, temos a ideia real e diária da mudança do verde das folhas para os diferentes tom outonais.


Eu comprei na livraria Thalia da Prager Straße, um livro sobre o outono super lindo, com fotografias deslumbrantes, ideias de decoração e algumas receitas. O melhor de tudo é que estava na promoção (fotografei com preço e tudo).


O livro é da editora Busse Seewald, que tem inúmeros livros sobre "lifestyle", decoração e ambiente, que eu desejo ter, mas ... Fotografei a página que mais gostei deste livro, uma decorção insquecível, com o roxo das ameixas, inpirador!

O outono chegou trazendo consigo o frio, o vento e a chuva. Lembra o que eu falei aqui, na postagem O outono está chegando? quando falei do "desfile em céu aberto"? então, as alemães, imigrantes e turistas não estão me decepcionando. A moda outonal desfilada em Dresden é elegante e romântica (é claro que tem algumas discrepancias, mas estas, assim como na Estatísticas, eu obtenho desvio quadrático médio da média, haha).

Foto da moda das meninas eu não posso fazer, mas da minha decoração de outono sim.
Você pode conferir no painel que criei no Pinterest My autumm / Meu outono 2015 

Café com recordações!

O blog aqui não é de culinária, mas ando empolgada com o assunto e vou escrever mais essa experiência.

Os asiáticos, ah! os benditos supermercados asiáticos. Como disse uma moça carioca que participa no grupo Cozinhando na Alemanha do Facebook, nestes supermercados tem uma infinidade de produtos, que não damos conta de perceber que tem produtos que habitualmente comemos no Brasil, como por exemplo, milho branco, quiabo, dendê, coloral, coentro, leite de côco, banana pacovã e tantos outros.

Desta vez encontrei, ou melhor dizendo, "garimpei" macaxeiras congeladas, branquinhas, sem nenhum pontinho preto. Eu as cozinhei para fazer um "escondidinho de carne", mas quando senti o cheiro delas cozidas, fui "jogada para o passado, para a infância", quando comia macaxeira cozida com café com leite. 

E cozidas as macaxeira pareciam pefeitas, sem pontinhos pretos e macias. Lembra que quando compramos macaxeiras ou elas vem metade podre ou duras, que mesmo cozidas são indigestas?

O "escondidinho" não roulou mais, o que roulou foi um "flashback" potente, hahaha!!!


sábado, 26 de setembro de 2015

Feijoada gostosa - Feijoada Lecker!

Na semana passada, eu encontrei no Facebook um grupo Cozinhando na Alemanha, onde os participantes postam fotos de suas peripércias na cozinha, além de trocar idéias sobre produtos encontrados nos supermercados alemães que servem para completar receitas brasileiras.  

Eu já entrei perguntando sobre Maizena, e as "meninas" foram muito gentis, respondendo, inclusive com fotografias do produto alemão. Eu adorei! Sabe quando você finalmente "encontra pessoas que falam a mesma língua que a sua"? quando você "encontra a sua praia"?

Eu adoro cozinha e adoro falar sobre o assunto, trocar idéias, mas a maioria das minhas amigas trabalham fora de casa, e não tem tempo e nem talento para tal atividade. Então, elegi o meu marido para me ouvir, além de ser o cobaia dos meus revolucionários pratos. 

Fiz ontem uma feijoadinha modesta, para me despedir de amigas que vão se mudar para outra cidade.
O feijão preto eu comprei no mercado asiátioco, e as carnes defumadas de porco comprei no supermercado alemão. Eu ainda não consegui comprar farinha ou farofa pronta, e também não encontrei uma folha para substituir o nosso couve verdinho. 
Photo by Galiceanu A. 2015

Photo by Galiceanu A. 2015
Fiz um Brownie de caixa, pois eu não tenho talento nenhum para doces. Eu consegui esquecer de colocar 100 ml de óleo de girassol, mesmo eu tendo em casa, o resultado foi que ficou ressecado, cascudo, quase um biscoito (risos). Fiz um bolo de côco e chocolate de emergência. Eu estava tão empolgada em fazer a comida e fotografar para finalmente ver fotos minhas no grupo do Facebook.

Aquele que cozinha sempre espera ouvir se ficou bom, e lógico, por educação, aquele que come sempre diz que ficou ótimo, e aquele que cozinha sempre fica na dúvida se o eleogio foi realmente sincero ou amigável.
Eu tive o prazer de saber que ficou bom mesmo, ao ver minha amiga da República das Filipinas colocar um pouquinho mais no prato, arroz e feijoada, mesmo depois de ter comido os bolos da sobremesa. Eu tive certeza que ficou bom!!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A floresta de Tharandt - delicadezas


O Departamento de Ciências Florestais, da Faculdade de Ciências do Ambiente, da Technische Universität, está localizado em Tharandt, um vilarejo próximo de Dresden. Depois de tantos meses, na Alemanha, finalmente fomos visitar o Jardim Botânico.

Photo by Galiceanu A. 2015
Tem mais fotos aqui
Chegamos na estação de trem de Tharandt, e logo vimos a floresta quase "engolindo" o vilarejo. No caminho para o jardim botânico encontramos a casa que hospedou por trinta e quatro dias (de 17de abril a 21 de maio de 178), um dos maiores dramaturgo alemão, o Johann Christoph Friedrich von Schiller, ou simplismente Schiller. Foram poucos dias, mas a placa indica relevante orgulho de tão ilustre hóspede, afinal ele é um dos quatros brilhates escritores do Classismo de Weimar (Schiller, Goethe, Wieland e Herder). Foi uma viagem no tempo à história da poesia e literatura alemã.

Eu logo senti que aquele dia seria inesquecíve!!!

O Jardim Bôtanico (Forstbotanischer Garten Tharandt) é um lugar mágico, é possível sentir-se em um conto de fadas. As histórias dos Irmão Grimm me vieram à mente, ao encontrar uma pequena e linda casa, uma construção no belo estilo das montanhas da saxônia, logo que entramos no jardim. Era o pequeno, mas espetacular "Forstbotanischer Museu", com  algumas mesas na entrada, para o serviço de um modesto Café. No mesmo lugar, funciona também o Forstgarten-shop, cheio de delicadezas à venda, tais como com cartões, velas, guardanapos,  livros e artigos de decorção, tudo sob o tema de florestal ou botânico. O pequeno Museu estava decorado com pinhas, penduradas por fios de nylon, era tudo muito encantador. 

(continua aqui ...)

A floresta de Tharandt - emoções

(A Floresta de Tharandt - delicadezas )

Havia no Museu, uma exposição de amostras de raizes, sementes e fustes com configurações singular, além de uma exposição de dendrocronologia, isto é, o estudo da idade das árvores. Eu tive um choque emocional ao ver os discos de troncos para visualização dos aneis de crescimento de diferentes espécies de árvores e ainda amostras radiais do lenho retiradas por Trado de Incremento Haglöf, pois tudo isso fazia parte do meu tema de pesquisa de doutorado. Na fotografia, é possível ver meu olhar de encanto e certa tristeza.

Photo by Galiceanu A. 2015
Tem mais fotos aqui
Quem não carrega dentro de si a tristeza do que não se realizou? Eu não digo frustração porque  a frutração é "produto" de expectativas não concretizadas, e eu nunca tive expectativas, mas esperanças.

O que eu posso aprender como lição, desta situação que a vida impôs para mim? Quais os motivos pelos quais eu não mereci ou não fui capaz de cumprir tal tarefa? O "nó na garganta" não se desfez. Ainda quero uma resposta.


Era domingo, estavamos em família, depois de uma reanimadora chícara de der Caffè Latte, fomos floresta à dentro.

Era tempo de relembrar um passado de estudos e trabalhos florestais, um tempo que eu desejava ter uma família. Eu estava do outro lado do passado, era o tempo presente, ao lado do meu esposo e nosso amado meu filho. A dualidade de emoções causava-me uma certa agitação.



Photo by Galiceanu A. 2015
Photo by Galiceanu A. 2015












Eu coletei algumas sementes, pinhas e galhos, para tentar fazer algo parecido com a decoração do Museu, em nosso apartamento. Na próxima postagem vou mostrar como ficou a nossa decoração de outono.
Até logo,
Ana

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Blogs e sites de brasileiros na Alemanha

O meu blog predileto que fala sobre a Alemanha, entre outros assuntos, é o blog Entre mãe e filha, da minha amiga Nina Sena, que mora no Sul da Alemanha, na mesma cidade em que eu morei.

O outro blog que eu gosto muito é o Cinquenta mil aventuras, inclusive, já falei aqui os motivos pelos quais eu o sigo. O blog Ana na Alemanha, que me chamou a atenção inicialmente pelo nome e depois me conquistou com as narrativas e as fotografias, da Alemanha e de outros países que a autora visitou com sua filha linda.
Se você está buscando super dicas de como migrar para a Alemanha, você entrou no blog errado, eu sei pouco sobre assunto, apenas posso indicar o site do Ministério do Interior da Alemanha, o Bundeministerium des Innern - BMI,  e indicar os blogs que falam sobre o assunto e te desejar sorte para que realize seu sonho!

Photo by Galiceanu A. 2004
Eu escrevo aqui é somente emoções, impressões, deste momento de minha vida. Eventualmente posso descrever alguma situação que contenha informações de como se vive aqui na Alemanha, mas será sempre dentro de algo que eu vivenciei, entende? Eu quero somente contar histórias, as minhas.

Eu encontrei alguns blogs, escrito por brasileiros, falando sobre o cotidiano na Alemanha, dando dicas importantes para aqueles que desejam migrar, estudar ou simplimente fazer turismo. Eu listei alguns, somente aqueles que eu realmente li os artigos. Eu já "frequento" a Alemanha desde 2002 e posso garantir que essa turma de blogueiros são espetaculares, tem artigos incríveis, que só de ler você já se sente na Alemanha.

Na minha lista, estão o  Alemanizando que tem também tem um canal de mesmo no Youtube; Mineirinhanalemanha tem postagens desde janeiro de 2004; De volta a nave mãe, blog desde 2008; Joaninha bacana, tem inúmeras postagens sobre a Alemanha e outros países como Holanda, Bélgica e França e muito mais; Quero aprender alemão, o nome diz tudo; Alemanha para brasileiros, super legal com dicas de viagens, vídeos divertidos com explicações; Alemanha por que não tem roteiros prontos e personalizados à venda no próprio site; Na Alemanha tem, Brasanha, Entre duas culturas, Batatolandia, Mão de vaca na Alemanha, Berlin Schau, Deutsch Toll (Eu, Alemanha e kem sabe vc...), Alemanha muito além do muro, Brunalemanha e tem muito mais, basta pesquisar.

Conheci na semana passada, no grupo "Crianças brasileiras bilingues em Dresden", a criadora do Anedotas da Batatolandia, a paraense Tamine Marklouf, jornalista, que escreve também Cartas de Berlim, publicadas no Jornal O Globo.

No Youtube tem também inúmeros canais de pessoas que falam sobre a Alemanha, dando dicas de turismo e até de migração. Eu gostei muito muito mesmo do Viaje com a Cris e Alemanizando, assisti vários vídeos de cada um, os autores são jovens, divertidos ao passar suas mensagens, mas sem perda de qualidade de informações. Achei hoje mesmo o canal da Carla Schulz, que postou um vídeo super sincero e até difícil de ouvir, para aqueles que tem o sonho de vir morar na Europa definitivamente, mas ela só falou a mais cristalina verdade. Tem também o canal da Manuela Fontes, o Aqui na Alemanha, que abriu neste mês de setembro de 2015, portanto, novinho.

No Facebook tem os grupos fechados, que promovem fóruns, discussões, dão dicas, respondem as mais diversas perguntas dos participantes, desde questões legais de migração até tipo mais adequado de shampoo para cabelos liso como "flechas de índios", pergunta esta que fiz no Brasichland - Mulheres brasileiras na Alemanha, e recebi inúmeras explicações e dicas para salvar os meus cabelos, e todo de uma forma legal, simpática e até amigável. Achei o Cozinhando na Alemanha, e adorei, pois as participantes fazem seus pratos fotografam e postam na linha do tempo do grupo, muito em breve vou postar alguma "obra", eu me identifiquei completamente com a "filosofia" do grupo. Claro, estou no Brasileiros em Dresden. Eu postei no Rede brasileira em Colônia. o artigo "Tapioca na Alemanha para contar" que eu escrevi aqui, neste blog e eles me deram a "maior moral", leram no mesmo dia e contou mais de 100 visualizações.  O Second hand Brasil/Alemanha, é o máximo, vocês não podem imaginar o serviço que este grupo oferece aos participantes, tanto para fazer compras quanto para vender, super legal mesmo.

Enfim, tem muita informação de qualidade sendo disponibilizada por brasileiros que moram ou moraram na Alemanha, com diferentes enfoques, pontos de vistas diversos, mas todos com a mesma realidade: a migração é um sonho, para muitos, possível de realizar, mas com obstáculos e dificuldades, que dependerá de cada um, superá-los ou não.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Estudar na Alemanha - conclusão


Depois que terminei o Mestrado, retornei para Manaus, pois havia uma vaga para professor substituto na Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Amazonas, nas disciplinas de Inventário Florestal e Dendrometria. Trabalhei por um ano e meio na UFAM. 

Photo by Galiceanu A. 2004
Fiz a inscrição para o International Summer School 2004 da Albert-Ludwigs-Universität Freiburg e fui selecionada. Conheci pessoas da Indonésia, Índia, Sri Lanka, Tailandia, Malásia, Romênia, Chile e muito mais, tenho contato com alguns deles até hoje. Eu já estava há um ano com Síndrome do Pânico, fazendo acupuntura, tomando "Florais de Bach" e serotonina e GABA (Gama Amino Butiryc Acid), todos com efeito paliativos, ou mesmo placebo, mas que me davam a mínima sensação de "cura" e autonomia. 

Era a minha segunda visita à Alemanha, para um segundo curso, onde tive oportunidades de consolidar contatos com professores da Pós-graduação, e encontrar um orientador interessado na minha pesquisa: dendrocronologia tropical.

No ano seguinte voltei para Alemanha, com minha irmã, que também é Engenheira Florestal. Logo nos primeiros dias, quando fomos para o MENSA, o restaurante universitário, fomos apresentadas para um espanhol e um italiano. Dias depois o italiano apresentou seu amigo romeno, os dois eram estudantes de doutorado em Física.
Minha irmã casou como o italiano e eu como o romeno, simples assim!!!
 
Voltamos para o Brasil, eu e minha irmã, pois eu não estava dando conta da Síndrome do Pânico. Parecia o fim de um sonho, tão desejado, planejado, à custa de muita luta e dificuldades.

O fato é que eu não conclui o doutorado, mas o sonho de doutorado transformou-se em um casamento e um lindo filho, nossa benção maior, concedida por Deus. Brincando, eu sempre digo que o diploma do meu doutorado é nosso filho.

Hoje, e somente hoje, eu vejo que eu não precisava de um doutorado, mas uma família, uma oportunidade de ser mãe, para viver e escrever nossa linda história.

Obrigada por ler!